Pode ser no shopping, na rua, na padaria, a gente sempre olha né? Vai que o olhar é retribuído e... sei lá.
Balada, também, ué! Pode ser balada hétero, eu olho sim! Afinal, se eu to numa balada hétero, o que impede outros gays de estarem lá também? (ãhn, baladas homo?)
Eu fui felizão pra praia, sungazinha na mochila, óculos de sol. E não é que a bendita chuva começou a cair no meu segundo dia lá? Mas chuva não cancela festa, cancela?
Noite bacaninha, por dançar e tal. Juro que eu tentei beber e me animar, mas NÃO rola mais pegar menina, não rola mesmo.
Eu e a minha amiga, saindo da pista, e lá vem ele. Ele não olhou pra ela (todos olham), então eu encarei mesmo. Eu descendo a escada e ele subindo. Ele encarou também, e eu continuei encarando, oras! E o olho dele era bonito, um verde sugerindo mistério que eu curti. A gente passou um pelo outro e ele se virou, e eu virei também! Juro que ele olhou mais dois segundos e deu uma risadinha antes de abrir os braços e soltar:
- Qual é, meu! Que é que foi?
Eu tenho que parar de ir em festa hétero. Chega.
Quer dizer, eu até agora não sei se ele era um hétero brigão ou um gay envergonhado, mas é perigoso continuar assim. Tenho que achar uma turma gay pra mim.
Enfim, voltei pra casa no outro dia e fui olhar “Shelter”. Filmaço, pensei até em virar surfista...
Ta bom, já passou a vontade.